EUA x China: A nova fase da guerra tarifária e seus efeitos no mundo em 2025


Escalada nas tensões comerciais entre as duas maiores economias do planeta reacende incertezas globais e impacta mercados, cadeias produtivas e estratégias geopolíticas.
Em 2025, a guerra comercial entre Estados Unidos e China voltou a ganhar força e já provoca efeitos sentidos em todo o mundo. Com a volta de Donald Trump à presidência americana, as tarifas sobre produtos chineses dispararam, ultrapassando os 140%. Em resposta, Pequim também elevou seus impostos sobre itens vindos dos EUA, reacendendo uma disputa que vai além do comércio e envolve a luta pela liderança global em tecnologia, energia e indústria.
Essa guerra tarifária funciona como um jogo de pressão mútua. Ao tornar mais caros os produtos importados, os países tentam proteger suas próprias indústrias e prejudicar os concorrentes. Nos Estados Unidos, isso já se reflete no dia a dia: brinquedos, eletrônicos e peças industriais estão mais caros e difíceis de encontrar. No porto de Los Angeles, um dos principais pontos de entrada de mercadorias da Ásia, a previsão é de uma queda de mais de 30% no volume de cargas neste ano.
Indústrias americanas que dependem de componentes chineses enfrentam atrasos, afetando a produção de celulares, robôs e equipamentos industriais. Na China, o impacto também é forte. Com menos encomendas vindas do mercado americano, fábricas registram queda na produção e enfrentam o risco crescente de demissões. Para contornar as tarifas, muitas empresas chinesas estão buscando rotas alternativas, exportando por meio de países como Malásia e Vietnã.
Mesmo assim, sinais claros de desaceleração começam a aparecer no setor manufatureiro, e o governo chinês atua para conter os danos sem expor fragilidades internas. Mas a disputa não para por aí. Em paralelo à guerra tarifária, avança uma batalha ainda mais estratégica: a tecnológica. Os Estados Unidos impuseram restrições à venda de chips e semicondutores para a China, atingindo setores-chave como inteligência artificial e automação.
Em resposta, Pequim tem investido bilhões em inovação doméstica, com o objetivo de reduzir sua dependência de tecnologia estrangeira e fortalecer sua autonomia. Apesar do clima de confronto, pequenos sinais indicam que os dois países tentam evitar um rompimento total. Em abril, a China isentou de tarifas alguns produtos norte americanos, enquanto os Estados Unidos aliviaram impostos sobre certos eletrônicos para conter a inflação interna.
Essas concessões, porém, são pontuais e mais parecem uma trégua temporária do que uma solução definitiva para o impasse. O que essa disputa revela é a complexa interdependência entre as duas maiores economias do mundo. Ambas precisam uma da outra para manter suas indústrias funcionando, mas ao mesmo tempo buscam reduzir essa dependência para não ficarem vulneráveis.
Para estudantes e pesquisadores, entender essa nova fase da guerra comercial é essencial para compreender as mudanças que estão redesenhando a economia global. Mais do que uma briga por tarifas, está em jogo quem comandará os fluxos de informação, energia e produção nas próximas décadas.
